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11 de abr. de 2014

Sobre Ir a Bares Sozinha

           Semana passada, meu amigo Álvaro me liga dizendo que tá caminhando aqui por perto e vai passar no meu dormitório pra gente se ver. Ok. A gente conversa por um tempo depois dele chegar, e ele comenta que não sabe o que vai fazer mais tardeé onze da noite de quinta-feira (que, pra nós, é sexta-feira parte I) na Cidade Que Nunca Dorme, flor da idade, etc. Eu não tinha nenhuma pretensão de sair de casa, porque queria dormir cedo pra me castigar por ter procrastinado a semana inteira e tudo, mas ele diz algo que me faz repensar. "Não tenho nenhum amigo pra ir comigo, provavelmente vou sozinho". Eu comento que tenho vontade de fazer isso algum dia, assim, tipo, só pra ver o que acontece. "Tipo um experimento sociológico," eu explico, bem Sprouseana.

           Mas por que não fazer nessa noite mesmo, né? O que exatamente me impede? Já que ele queria ir num bar gay e eu num hetero, teria uma separação. "Mas a gente troca mensagem durante a noite, pra se informar e tal." Ficou combinado. Eu decido ir num bar chamado Fat Black Pussycat, por ser o mais perto de onde eu moro. Me visto de preto, salto curto e grosso, blazer fino, batom marrom avermelhado, naquelas tentativas de parecer mais velha. E vou. Eis a história.

3 de abr. de 2014

Eu vou falar de romance



Se você parar pra pensar, como eu parei pra pensar (com uma amiga minha que manterei no anonimato no momento, mas cujo nome rima com “cash”), parece que os livros em série não aproveitam muito o fato de que eles são... uma série. Tipo, eu e essa pessoa estávamos conversando sobre como muita gente vê o termo “trilogia” e já fica cheia dos preconceitos,  achando que vai ser a mesma coisa de sempre. Pessoal não tem mais paciência para Trilogias, ou Quadrilogias, ou Seriologias, porque imaginam que o desenvolvimento será o mesmo.

O desenvolvimento romântico. Estou totalmente me referindo ao aspecto romântico da coisa. Isso mesmo, vou escrever um post sobre alguns pensamentos que tenho quanto ao romance. E vai ser ótimo, PORQUE ROMANCE É UMA COISA IMPORTANTE NA FICÇÃO. Leia e comprove.

7 de mar. de 2014

Um Adendo Ao Post Sobre Frozen


OK, eu quero começar o post assim: eu gostei de Frozen. Porra, eu AMEI Frozen. Eu saí do filme super feliz, eu voltei para casa feliz, eu tuitei sobre super feliz, eu escuto a trilha sonora super feliz (apesar de achar que "Love is An Open Door" é mais legal que "Let It Go").
 
Mas gostar de Frozen não impediu que eu enxergasse todos os problemas com o filme quando eles foram apontados para mim. Eu não tinha conhecimento da história original, então descobrir que o filme poderia (e devia) ter muito mais representações foi decepcionante. Eu ainda guardo os sentimentos bons que tive quando assisti Frozen pela primeira vez, mas quando vejo de novo agora eu penso "poderia ser melhor! poderia ser muito mais! muita coisa aqui está... não boa!"

19 de fev. de 2014

Frozen Não É A Epítome Feminista Que Eu Mereço

Eu tive minhas reservas pra ver Frozen. Me recusei a ver no cinema porque não queria contribuir monetariamente e quase por birra quis boicotar totalmente e não assistir. Acabei vendo no Putlocker pra me sentir mais no direito de julgar. Talvez a minha opinião seja vista como parcial porque já não gostava do filme (ou da ideia dele, melhor dizendo) antes de ver, mas vê-lo só me deu mais argumento ainda pra achar blé. Aqui trago meu arsenal.

18 de jan. de 2014

O Que Diabos É "Julie E Os Fantasmas", E Por Que Precisaria De Mais Episódios (E/Ou Temporadas)?

Alô, galera. Há meros dias tomei conhecimento de uma pequena série conhecida pelo nome de Julie e os Fantasmas. Se vocês não conhecem, pensem por um momento. Façam presunções. Julie e os Fantasmas. Sei lá vocês, mas só pelo nome já me parecia promissora. Mais informações: uma série tween (público-alvo provavelmente o mesmo de Rebelde, As Visões de Raven, etc). Uma série brasileira. Uma série envolvendo rock dos anos 80.

Parece genial? É porque é.
Foi suficiente pra mim. Eu assisti todos os 26 episódios em 24 horas (e podia ter sido ainda muito mais rápido).

Julie e os Fantasmas tem suas óbvias limitações de série tween. A atuação não é do mesmo nível de uma minissérie aclamada da HBO. O roteiro é ocasionalmente raso, ocasionalmente bobo. Alguns erros de lógica/ciência, algumas inconsistências, mas no fim das contasquem liga? Julie e os Fantasmas transcende todos os defeitos e merece mais do que teve.

Julie e os Fantasmas é tão importante. Vamos por partes.

5 de set. de 2013

Há Algo de Podre na Cultura Nerd

Há alguns anos, uma pequena e inocente Marina descobriu um blog. Esse blog falava que coisas que ela desconhecia e tinha até um podcast (que ela não tinha a mínima ideia do que era, mas pareceu divertido). Logo, esse blog virou uma obsessão de sua vida e ela consumia tudo o que podia: quadrinhos, séries, filmes. Nessa época, a pequena Marina havia acabado de descobrir Senhor dos Anéis e ficou encantada com aquele universo. E todos os universos que ali se abriram. Foi um bom período. Formativo, até. Mas a pequena garota foi crescendo e crescendo e começou a ouvir o que diziam. Era realmente estranho.

Ontem uma blogueira do meio nerd manifestou sua frustração sobre roupas curtas e a reação de homens. Ok, normal. Até que outro blogueiro do meio nerd, sim o dono do blog da história dali de cima, manifestou sua opinião. O que se seguiu foi uma chuva de "fãs" defendendo o pobre cara e chamando o que ela tinha dito de mimimi.

Quando você junta um grupo de pessoas baseado no fato de vocês gostarem de algo (Star Wars, Star Trek, D&D, videogames, matemática, SEI LÁ) e depois diz que foram excluídos toda a vida e quando garotas (uau!!!!) também gostam dessas coisas, esse seu grupinho sistematicamente excluí essas garotas com duas desculpas:

1) "fake nerd girls": uma garota?? que gosta de cultura pop e é tipicamente feminina? IMPOSSÍVEL!!! Claramente, ela só quer nos impressionar, já que somos caras incríveis e perfeitos;

2) "garotas nerds feias": tudo bem, você usa camisetas com referências nerds, mas hmmm você não é uma supermodelo e na verdade está imitando a gente. Não podemos aceitar isso; tem algo terrivelmente errado aí.

Quando as poucas mulheres em um filme são completamente ignoradas ou sexualizadas, quando o ícone da Leia é estar presa em um biquíni de metal, quando uma mulher fala sobre facetas do machismo em jogos e recebe ameaças, quando caras se acham no direito de desrespeitar cosplayers, quando há todo uma raiva em volta de garotas adolescentes, quando os "fãs" de Game of Thrones despejam ódio na Sansa Stark, tem algo muito muito muito errado aí.

É muito triste ir percebendo aos poucos que as pessoas com que você se identificavam tem tanto preconceito enraizado e uma gigantesca falta de diálogo e senso crítico. Se isso é ser nerd, se isso é ser geek, eu não quero fazer parte. Tem algo de podre na cultura nerd e agora é hora de mudar isso. Ou sei lá, deixar morrer. A pequena Marina estaria decepcionada, e eu também estou. Sinceramente, já passou da hora de mudar.

16 de ago. de 2013

O Que Eu Quero, Afinal?

Frequentemente me deparo com gente exasperada falando sobre feministas—vocês não se satisfazem com nada, vocês sempre enchem o saco, o que vocês querem da gente afinal de contas, hein?

Pois então, meu amigo. Hoje é teu dia de sorte. Tô aqui pra te contar.

Eu vou te contar o que eu quero de vocês, não da sociedade em si porque isso já é muito mais complexo.

Vamos começar pelo básico, né? O que faria alguém se sobressair positivamente na minha visão chata e fechada feminista? O que faria eu parar de (ou não começar a, melhor ainda) berrar com alguém na internet ou na vida real? Essencialmente, o que faz um bom aliado aos meus olhos. Porque, na verdade, o que eu quero de vocês é bem simples se formos parar pra pensar. Só quero solidariedade.

E antes que digam, sei lá, que o que eu vou dizer é muito difícil (eita preguiça, hein) ou que nenhum homem é assim, ei, ei, parem antes porque, DISCLAIMER: esse post é baseado em homens que eu conheço e adoro. Wow. Wowwww. Surreal. É. Eu sei. Vamos lá.